quarta-feira, 18 de julho de 2007

Solução? Aumentar os gastos

Estou cansado de ouvir que para melhorar educação é preciso investir mais, que para termos segurança falta dinheiro, para os deputados poderem trabalhar falta assessores, etc. Aliás, falta tudo, mas principalmente fundos para investir.
É um erro a mania do povo e do setor público brasileiro de dizer que para melhorar é preciso mais dinheiro. Quando cursei as cadeiras econômicas na faculdade aprendi algo básico: gaste menos do que arrecade e lembre-se: dinheiro gera dinheiro. Essa fórmula construiu impérios no século passado, porém, hoje é premissa básica. Mesmo assim os brasileiros ainda não aprenderam.
Se você perguntar para um doutor, de qualquer área - exceto ciências econômicas, qual solução para a educação brasileira, ele irá falar que falta investimento. Posteriormente argumentará sobre o “erro que é pagar os exorbitantes juros da dívida”. Em outras palavras estará dizendo que pagar as dívidas e cumprir contratos é um absurdo. Bom, sobre isso me recuso argumentar.
Agora a verdade: não há dinheiro. Sendo assim, gastar mais irá contra a regra mais básica da economia. Além de que, endividar mais o estado seria um erro, visto que os nossos gastos governamentais são ineficazes.
Nesse caso a solução é bem simples, temos que usar melhor o dinheiro que já temos. Realizar uma ampla reforma dos gastos no Executivo, Legislativo e Judiciário a fim de buscar um plano claro e com metas para queimar a grande quantidade de “gordura do estado”. Essa solução começou a acontecer em estados como Minas Gerais. Após o início da Lei de Responsabilidade Fiscal, os estados “descobriram” que não tinham dinheiro nem para pagar o 13º. Aécio Neves realizou o óbvio, fez uma reforma nos gastos.
Caso aconteça isso irá sobrar dinheiro, nossa dívida interna tenderá ao total controle. Como dinheiro gera dinheiro passaremos a fazer investimentos com taxa de returno e não a fundos perdidos, como acontece hoje. É preciso mensurar o que 1 real investido em segurança traz de retorno para o Brasil, através de análises como essas poderemos fazer investimentos mais coesos com as necessidades do povo. Tenho certeza que investimentos em educação trazem mais retorno do que os salários do judiciário, por exemplo, porém os gastos com o segundo são quase o dobro do que com o primeiro.
Para finalizar, nós do setor privado sabemos que se toda vez que formos exigidos em termos de resultado pedirmos mais verba e nem ao menos mensurararmos o retorno desse dinheiro para a empresa estaremos em maus lençóis. Por que não tratar o setor público com tal profissionalismo?

Desejo aqui expressar meu estado de luto em nomes todas vítimas de mais um acidente aéreo no Brasil.

3 comentários:

Álvaro S.Frasson disse...

Discordo em um ponto: há, certamente, dinheiro - principalmente público. Um bom exemplo é o Pan do Brasil: a verba inicial era de gastar 720 milhões de reais, sendo que 60 a 70 por cento investido pelo setor privado. Como o setor privado não se comprometeu (erro do governo público), as obras atrasariam ou nem sairiam do papael. O que se fez? Dalhe dinheiro público. Os gastos já chegaram aos 4 bilhões de reais e (adivinhe?) noventa por cento dessa verba é pública. Dinheiro público há, mas não existe compromisso, interesse e inteligência dos nossos políticos em empregá-los de forma correta.

Unknown disse...

Novamente sou obrigado a concordar com o Zé Mutante: há dinheiro público. O problema é que esse dinheiro se escoa pelos ralos da corrupção da administração pública. Ora, o Brasil é uma das grandes economias mundiais; um país imenso, com potencial incrível de geração de riquezas. A cada ano bate-se novo recorde no superávit primário. É inegável que o problema da dívida existe. Mas ele tem condicionantes de prazo. Agora o dinheiro gasto em obras públicas, condicionados pela urgência, certamente sofre uma dieta acintosa até chegar ao destinatário final: o povo. Esse é um dos motivos de por que a fórmula de Keynes nao funciona efetivamente no país, uma vez que enquanto os gastos do governo deveriam gerar um efeito multiplicador na economia como um todo, acabam gerando um verdadeiro efeito multiplicador no patrimônio dos corruptos embusteiros do povo. Uma das soluções da indo pra votação no Congresso: a difusão do regime celetista no serviço público para os proximos concursos. Certamente isso pode gerar maior profissionalismo e eficiencia à administração pública, porquanto atualemnte com a maioria dos cargos públicos regidos pelo regime estatutário (das regalias e estabilidade) está provado que muita gente não pensa além do seu umbigo.

Rógini Haas disse...

Talvez tenha me expressado mal. Concordo que temos dinheiro. Porém não temos dinheiro disponível. Ou seja, o dinheiro que já temos está empregado, bem ou mal.
O que tento falar aqui é que nunca sobra dinheiro, para investir mais em educação por exemplo. Pois todo orçamento é investido e separado para o pagamento da dívida.
Portanto em vez de exigir mais gastos, deve-se exigir mais competencia e qualidade dos gastos.
Para finalizar, apesar de concordar que o país tenha dinheiro é inegável que a quantia não é suficiente. Portanto fica claro que é necessário investimento privado para grandes obras como o pan. Caso contrário o estado só vai se endividar mais. Para provar isso é só checar a renda per capita no Brasil. Que ainda é muito baixa.

OBS.: o Superávit primário bate recorde não por sobra de dinheiro ou competencia do governo!! e sim por necessidade, visto que há um acordo com os investidores internacionais(world Bnk e FMI) nesse fator. Além do mais o recorde é monetário, e não percentual, revelando que os recordes tem a ver com a arrecadação e não apenas com políticas de retenção, crescimento ou mesmo "sobras de dinheiro".