segunda-feira, 23 de julho de 2007

Globalização, um paralelo com a década de 70

“O futuro pertence àqueles que vêem as possibilidades antes que estas se tornem óbvias e efetivamente reúnam recursos e energias para conquistá-las ou evitá-las”, Levitt*.

A Coréia Sul na década de 70 tinha índices socioeconômicos piores que os do Brasil. Na primeira metade daquela década os tupiniquins cresciam a dígitos duplos e grandes impérios como Grupo Gerdau e Votanrantim estavam surgindo no mercado. O boom brasileiro colocou o país no mapa econômico, posicionando-nos como Top 10 mundial em termos de PIB.
Na mesma época, Coréia do Sul era um país insignificante, sem grandes perspectivas, visto que, o Japão exercia um grande Imperialismo na região. Porém, nesse momento Coréia usou como ninguém a frase de Levitt. Investiu pesado em educação de base. Hoje a economia Coreana é sem dúvida uma das mais fortes do mundo.
Mas a pergunta: onde eles usaram a frase do Levitt? Todos sabem que investir em educação é premissa básica para o desenvolvimento.
Resposta: A Coréia decidiu investir forte em educação na década de 60. Para tanto, fez análises de gastos e organizou-se para colocar dinheiro em uma área e tirar de outra. Nesse momento o mundo não tinha nenhuma complexidade - se comparado à situação atual. As empresas não precisavam crescer, pois não havia competitividade. A pressão para melhorar a produtividade e inovação era praticamente nula. Portanto, os asiáticos não precisavam de muitas pessoas capacitadas em tecnologia ou qualquer outra área. Como a Coréia do Sul era um país fraco economicamente, não sobrava dinheiro, ou seja, os fundos colocados na educação com certeza fizeram falta em outras áreas. Esse fato tornou a ação da Coréia ainda mais arrojada. As pesquisas demonstrando a importância da educação só começariam a surgir na década de 80, 20 anos mais tarde da Coréia perceber a importância de tal fato. Nesse mesmo período estaria surgindo o termo globalização, uma nova realidade nos países do Norte.
Agora fazendo um paralelo com os Coreanos. A ALCA, a EU e a Nafta estão aí. Os acordos de Livre-comércio já pediram licença e vão passar com ou sem consentimento. Será que queremos ser a Coréia do Sul dos anos 70 ou o Brasil, o eterno país do futuro?


* Theodere Levitt, Livro: The Marketing Imagination

2 comentários:

Álvaro S.Frasson disse...

Os post aqui vão mudando, mas a réplica é similar, se não idêntica as anteriores.
Investir em educação... em educação... educação...
É bom que o eco se faça escutar.
Cotonetes não opinam.

Rógini Haas disse...

É verdade que a base de tudo é a educação. Porém nesse texto tentei frisar a necessidade de termos planejamento claro em relação ao livre comércio. O Mundo é muito mais global do que os brasileiros pensam.